segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Ai que saudade de escrever...

Preciso de inspiração...

Não quero postar músicas, nem textos dos meus ídolos.
Também não quero falar da insustentável leveza do ser...

sábado, 6 de fevereiro de 2010

Aventuras de um casal...

Sempre venho aqui com algum pensamento alheio ou em algum momento triste. É, eu sei. Mas, esse espaço aqui é meu e eu escrevo aqui o que eu quiser.


Tenho que relatar o que aconteceu ontem comigo e com meu marido.

Meu marido é um cara muito do bem, e diferentemente de mim ele sabe comprar, vender, alugar porque ele tem o dom da negociação, da barganha, da famosa PECHINCHA, coisa que eu não faço. Sou do tipo:

-E quanto custa?
-R$ 900,00
-Tem desconto a vista? (Essa pergunta só faço se minha mãe ou meu marido estiverem por perto)
-Não. Ano passado tava R$ 1.300,00, já está com um super desconto.
-Ok, débito.

E saio pensando que fiz um negocião e “evitei a fadiga”

Já meu marido, transforma esse diálogo em uma Odisséia e consegue levar o mesmo produto por R$ 450,00. Não gosto de conversa em loja, não gosto de conversa com vendedor.

Essa pequena introdução pretende que vocês leitores, então, entendam qual é o impacto da palavra grátis em cada um de nós.

Para mim, o “grátis” é:
-Ah, tá... Grátis. Sei.

Para meu marido:
-GRÁTIS?? Onde? Como? Vamos. É grátis.

Agora, vamos aos fatos:
Meu lindo marido há dias recebeu um convite para um evento de divulgação de um Resort no litoral norte de São Paulo, e a presença no tal evento daria direito a uma estadia, para o casal, gratuita no Resort.

Na primeira vez, não conseguimos ir ao evento, na segunda, tampouco. E, mesmo assim, continuavam ligando e remarcando... Eu pensava “Roubada, roubada, roubada”. E ele “Grátis, grátis, grátis”.

Finalmente, a chuva deu uma trégua naquele horário e eu acompanhei meu marido ao evento.

Ele imaginava um cocktail, um evento de verdade...
Quando chegamos, na sala de espera, pensamos em seqüestro coletivo, clube de swing ou seleção de casais para repovoar a Terra após o apocalipse...

Nada disso, mates!

Eram umas 10/15 mesas redondas, cada uma com um “consultor de turismo” (leia-se vendedor), querendo nos convencer durante OITENTA MINUTOS (e também GUARANÁ e SALGADINHOS TORCIDA),

com perguntas sobre nossos hábitos, fotos do resort, páginas da web, vídeos explicativos que nós deveríamos desembolsar R$ 10.000,00 e transformá-los em pontos, mais a taxa mensal de manutenção de –acho- R$ 119,00 reais, para termos 32 semanas de viagens e diversão, isso com vantagens e descontos que nos fariam gastar em média R$ 25,00 com hospedagem, ao longo dessas 32 semanas que poderíamos dividir, de acordo com nossa vontade, nos próximos TRINTA ANOS.

O melhor foi a menina que tentou nos convencer que estávamos perdendo a chance de nossas vidas, porque obviamente dissemos “não”. Ah, como eu gostaria de dizer “NUNCA”, mas o não bastou.

No final nos deram a tal cortesia para conhecer o tal resort, que devemos agendar com TRINTA DIAS de antecedência e que eu tenho certeza que não vamos fazer...

Ele saiu meio puto com a arrogância da vendedora de falar com ele como se ele fosse um tapado por perder a grande chance da vida dele, e cantando “Entrei de gaiato num navio”, eu dizendo “Só faria essas coisas por você” ... Loucos para ver o Globo Repórter, e comer pizza.

Hoje como recompensa vou ganhar a companhia do meu marido no show dos KoS, no Blackmore... hehehe. Já disse o poeta “Pay the price”.

Bom, se receberem qualquer convite da ROKA HOTÉIS, e não quiserem gastar qualquer quantia com um negócio mal explicado e totalmente esquisito (e também se acharem que guaraná e salgadinhos torcida “de graça” não valem uma ida até ao Pacaembu), apaguem o e-mail, se te ligarem diga que assim que você sair da Penitenciária lhes dará a devida atenção.

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

Mestre Mário Quintana

Velha História
Quintana

Era uma vez um homem que estava pescando. Até que apanhou um peixinho! Mas o peixinho era tão pequenino e inocente, e tinha um azulado tão indescritível nas escamas, que o homem ficou com pena. E retirou cuidadosamente o anzol e pincelou com iodo a garganta do coitado. Depois guardou-o no bolso traseiro das calças, para que o animalzinho sarasse no quente. E desde então ficaram inseparáveis. Aonde o homem ia, o peixinho o acompanhava, a trote, que nem um cachorrinho. Pelas calçadas. Pelos elevadores. Pelos cafés. Como era tocante vê-los no “171” – o homem, grave, de preto, com uma das mãos segurando a xícara de fumegante moca, com a outra lendo o jornal, com a outra fumando, com a outra cuidando do peixinho, enquanto este, silencioso e levemente melancólico, tomava laranjada por um canudinho especial.


Ora, um dia o homem e o peixinho passeavam à margem do rio onde o segundo dos dois fora pescado. E eis que os olhos do primeiro se encheram de lágrimas. E disse o home ao peixinho:

 “Não, não me assiste o direito de te guardar comigo. Por que roubar-te por mais tempo ao carinho do teu pai, da tua mãe, dos teus irmãozinhos, da tua tia solteira? Não, não e não! Volta para o seio da tua família. E viva eu cá na terra sempre triste!...”

Dito isto, verteu copioso pranto e, desviando o rosto, atirou o peixinho na água. E a água fez um redemoinho, que foi depois serenando, serenando... até que o peixinho morreu afogado.

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

Ah, como conheci gente assim...

Invejoso

Arnaldo Antunes
Composição: Arnaldo Antunes e Liminha

O carro do vizinho é muito mais possante
E aquela mulher dele é tão interessante
Por isso ele parece muito mais potente
Sua casa foi pintada recentemente

E quando encontra o seu colega de trabalho
Só pensa em quanto deve ser o seu salário
Queria ter a secretária do patrão
Mas sua conta bancária já chegou no chão

Na hora do almoço vai pra lanchonete
Tomar seu copo d'água e comer um croquete
Enquanto imagina aquele restaurante
Aonde os outros devem estar nesse instante

Invejoso
Querer o que é dos outros é o seu gozo
E fica remoendo até o osso
Mas sua fruta só lhe dá caroço

Invejoso
O bem alheio é o seu desgosto
Queria um palácio suntuoso
mas acabou no fundo desse poço

Depois você caminha até a academia
Sem automóvel e também sem companhia
Queria ter o corpo um pouco mais sarado
Como aquele rapaz que malha do seu lado

E se envergonha de sua própria namorada
Achando que os amigos vão fazer piada
Queria uma mulher daquelas de revista
Uma aeromoça, uma recepcionista

E quando chega em casa liga a tevê
Vê tanta gente mais feliz do que você
Apaga a luz na cama e antes de dormir
Fica pensando o que fazer pra conseguir

Invejoso
Querer o que é dos outros é o seu gozo
E fica remoendo até o osso
Mas sua fruta só lhe dá caroço

Invejoso
O bem alheio é o seu desgosto
Queria um palácio suntuoso
mas acabou no fundo desse poço

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

Augusta, Angélica e Consolação


Tom Zé

Augusta, graças a deus,

Graças a deus,

Entre você e a Angélica

Eu encontrei a Consolação

Que veio olhar por mim

E me deu a mão.

Augusta, que saudade,

Você era vaidosa,

Que saudade,

E gastava o meu dinheiro,

Que saudade,

Com roupas importadas

E outras bobagens.

Angélica, que maldade,

Você sempre me deu bolo,

Que maldade,

E até andava com a roupa,

Que maldade,

Cheirando a consultório médico,

Angélica.

Augusta, graças a deus,

Entre você e a Angélica

Eu encontrei a Consolação

Que veio olhar por mim

E me deu a mão.

Quando eu vi

Que o largo dos aflitos

Não era bastante largo

Pra caber minha aflição,

Eu fui morar na estação da luz,

Porque estava tudo escuro

Dentro do meu coração.

segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

Vida loga ao Bortolotto

Bortolotto Blues
(Paulo de Carvalho)

Meu bem, eu não te traio porque dá muito trabalho
Chifrar é uma coisa complicada pra caralho
Ficar atento a bilhetes e telefones é cansativo
Precisa ficar ligado e eu não consigo

Meu bem, eu não te traio porque me cansa demais
Transar com mulher nova tira a nossa paz
Precisa descobrir o que é que excita a outra
Depois tem que fazer um esforço filho da puta
Então vê se goza logo
Pra gente voltar pro bar

Querida, eu não te traio porque é preciso estar atento
Com nomes, horários, chaves e até pensamentos
Precisa abrir o olho quando ficar chapado
E se falas dormindo, então estás ferrado

Amor, eu não te traio porque é muito difícil
Esconder segredos, encontrar mil artifícios
Por mais que a gente se ligue, sempre rola comentário
Por mais que a gente varie, sempre acaba no armário

Então vê se goza logo
Pra gente voltar pro bar

Benzinho, eu não te traio porque haja criatividade
Pra inventar desculpas sem perder a credibilidade
A gente se confunde, gagueja e se entrega
Num desses pulos eu sei que vc me pega

Coração, eu não te traio porque tá tudo facinho
Almoço, cachorro, jantar, criança e passarinho
Pra que confundir as coisas e arrumar pra minha cabeça
Chifrar cansa demais, inclua-me fora dessa

Então vê se goza logo
Pra gente voltar pro bar

segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Fato

MELHOR DAR DINHEIRO DO QUE DAR INTIMIDADE.