segunda-feira, 27 de abril de 2009

Lendo o meu coração...

Eu já viajei, já baguncei, já curti meus "carnavais", já tive um relacionamento que achei que seria meu último, já fiz uma plástica, já tentei acertar muitas vezes, já errei, já fiz tratamento psiquiátrico, quando resolvi ser amante, a número dois, a não ter compromisso sentimental, me apaixonei desesperadamente, descobri o que é amor e principalmente o que é amor próprio.

Não quero outra vida, que não seja ao lado dele, que não seja sentindo o cheiro dele, que não seja ouvindo a voz dele...

Não quero outra vida, que não seja discordando do gosto musical dele, que não seja vendo a cara dele de "a comida tá boa", mesmo sabendo que está fria, sem sal e que o arroz não está do jeito que ele gosta.

Olha, eu não quero nada que não seja sonhar em ter um sítio, uma chácara, uma fazenda com ele, e criar nossos filhos em uma escola bilíngue e no meio do mato ao mesmo tempo.

Não quero mais nada a não ser reconhecer nos olhos dele que sou desejada, que sou bonita, que sou amada, que sou a mulher que ele escolheu para passar todos os dias da vida ao lado. Queria que fosse fácil para meus amigos- que decidi manter certa distância- entender que nada do que eu faço é por mal, é apenas por amor. Gostaria que todos pudessem entender o tamanho desse amor, mas nem eu entendo... Como ele pode fazer com que eu me amasse e o amasse tão intensamente e em tão pouco tempo.

Gostaria muito que ele também entendesse que ele ás vezes se baseia em um personagem que eu usava para julgar comportamentos, ou atitudes que eu possa tomar no futuro, o que não é justo.

Boa parte da minha vida foi vivida por um personagem, por alguém que tinha que se afirmar e tinha que provar para os outros que era linda, desejável, inteligente, culta, fodona...

Em poucos momentos da minha vida, eu pude ser eu mesma.

Com pouquíssimos amigos eu pude me dar ao luxo de dizer: "Eu não sei", "Eu não quero", "Eu não vou", e com certeza que são esses os amigos que eu valorizo.

E esses, não são os mais cultos, os mais ricos, os mais inteligentes... Eles são simplesmente MAIS EU... São mais MARIANA. E é isso que cria esse laço bonito que tenho com meus amigos, esses são os que vão entender que eu tomei a decisão mais importante da minha vida, que eu estou me preparando para o passo mais importante, que é baseado nessa certeza de estar sentindo o grande amor que se possa sentir na vida, o próprio, o por alguém e o desejo de ser mãe.

Nesse momento, em meio todas as lágrimas, estou sendo Mariana.
Querendo que meus amigos compreendam a minha distância
Querendo que o homem que eu amo compreenda que não sou o personagem que ele pensa... Que sou a mulher que o ama, e que quer passar o resto da vida com ele.
Que o personagem, não se amava, não amava a ninguém e por isso mutilava seu caráter, sua personalidade em troca da aceitação.
Aquela nunca foi a Mariana.

A Mariana é alguém que quer ser feliz e encontrou quem ela quer fazer feliz.

Nenhum comentário: